Blog do colunista ILIMAR FRANCO
Assisti pela TV Câmara a sessão de hoje (11 de maio), destinada a debater e a votar o Código Florestal foi muito educativo. As manifestações dos deputados permitiram que se identificasse três tipos de políticos diante do impasse e da tortuosa negociação conduzida pelos líderes dos partidos e o governo.
Enquanto a negociação ocorria, na Casa Civil ou nos gabinetes do líder do governo e da presidência da Câmara, vários deputados ocuparam a tribuna. Nos discursos revelaram-se três tipos diferentes de deputados: as estrelas solitárias, os neófitos e os articulados.
Estrelas solitárias - São aqueles deputados que se "acham", mas não tem articulação política. Para estes é um absurdo que no dia da votação somente na última hora se tenha conhecimento do relatório final. Eles protestam, alegando que isso não lhes dá tempo de promover sua "brilhante" intervenção no processo.
Neófitos - Também estes se queixam dos relatórios de última hora, mas não o fazem por achar que vão "mudar o curso da história". Seus protestos esbarram na prática da Câmara. Desde a redemocratização, no governo Sarney, passando pela Constituinte, ou pelas reformas aprovadas no governo Fernando Henrique, é prática normal as negociações irem até a última hora. Quantas e quantas vezes os líderes dos partidos fecharam os textos de emendas ou projetos inteiros quase na hora da votação em plenário.
Articulados - São aqueles deputados que atuam em bancadas partidárias ou temáticas. Estes geralmente sabem os interesses que estão em jogo no debate. Eles sabem que os que defendem suas idéias e teses estão sendo contemplados na solução final dos impasses. Para este não importa esta participando de tudo ou sabendo de todas as mudanças nos mínimos detalhes. Basta ele saber que seus interesses estão na mesa de negociação e que os parlamentares que o representam lhe dará a orientação adequada do que fazer na hora de votar.
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