segunda-feira, 11 de outubro de 2010

CARRO FANTASMA

O que vou narrar para vocês vai parecer uma tremenda mentira – por mais ridícula que pareça, é REAL.
Bem estava pela primeira vez na vida amaldiçoando sua função na policial Militar. A verdade é que não me virei policial para passar a madrugada caçando bebum em blitz de lei seca.
Isso é um saco. Cada bebum pego demanda um trabalho infeliz. Quando o bebum é brabo ainda tem que recolher pra delegacia, levar pro IML ou HPS pra fazer os exames, enfim, um saco, sem contar que na maioria das vezes são liberados antes da gente.
Naquela noite eu estava especialmente puto, as 3h30 da madrugada, sob uma garoa chata daquelas que não molham o caboclo, más encharcam a alma, o  meu humor estava mais negro que passado de dono de bordel.
Lá estava eu, catando os cornos que acharam de beber de mais e pegar o volante.
Puto da cara, doido pra dormir, quando vejo um corsinha preto se aproximar. “Vamos nós”, pensei enquanto acenava para o corsinha encostar. E o corsinha passou direto, aaaaaaaaa ki raiva, todo ferido nos brios de autoridade, já pronto para tomar uma atitude – que acho que seria cuidar de fazer o tão famoso acompanhamento visual(perseguição)– quando, uns 150m adiante, o corsinha parou.
“Ah, filho da puta… este corno vai me fazer ir até lá na chuva? Vai se fuder… vou checar até extintor!, vou olhar  ate os parafusos do macaco”. E assim, me dirigi até o famigerado corsinha preto.
Arma em condições de saque, chumbo na agulha, sangue nos zoios, com apoio do parceiro, já de arma em mãos, pois podia ser a chamada casa de caboclo, ao me aproximar do carro, que tinha vidros com filme escuro, diminui a velocidade de aproximação – de forma prudente, como sempre vi nos filmes, e aprendi no curso de pulicia – enchi o peito e enfiei a cara na janela pronto pra enquadrar o sujeito que QUASE desrespeitou a minha autoridade. Agora mais puto devido a caminhada, o strese como herói anonimo, encarei o motorista e… o assento estava VAZIO. É, vazio. Ninguém no assento do motorista, ninguém no assento do passageiro.
Agora me digam não e pra ficar fulo da vida e assustado.....
Calma, amigo, não estamos falando de mal assombros. O que pode parecer um mistério foi logo esclarecido, quando, ao olhar para o banco traseiro, vi 4 gordinhos apertados no banco de trás.
Agora imagina 4 gordinhos sentados apertados  mais acochado que peito de tia gorda em festa de casamento, tive que me segurar no riso.
- eu- ......................Boa noite…
- gordinhos -.......... Basnotche – responderam em coro.
- eu -.......................Quem é o condutor do veículo.
- gordinhos -...........Condhutchor?(hic..hic)
- eu - ......................O motorista, amigo, o motorista. Quem guiava o veículo?
- gordinhos -...........Sei não, oltoridade… ninguém shabe não…
- eu -.......................Como pode, rapá, eu não vi ninguém descer do carro!
- gordinhos -...........Oxe, o doto que está bom não viu… imagina a gente, cheio das cana?
E assim, sem conseguir segurar o riso, impressionado com audácia e inventividade dos 4 bebuns gordinhos, permiti que eles ligassem para alguém ir recolher a eles e ao corsa fantasma Fiz umas multinhas.

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